
O mercado de trabalho tem sofrido profundas mudanças mundo afora. O avanço de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA), o crescente uso de robôs em linhas de produção e a pandemia da Covid-19, que abriu espaço para o trabalho virtual, são algumas delas. Uma outra discussão vem ganhando importância, a da redução da jornada semanal de trabalho para quatro dias. Em alguns países experiências já vêm sendo feitas sem, ainda, resultados muito concretos, já que estão restritas a uma pequena parcela do mercado de trabalho como um todo.
Esse debate, o da mudança da escala de 6 dias trabalhados por um de descanso, já tem propostas de emenda constitucional (PECs) no Congresso Nacional para alteração da Constituição em favor da redução das horas trabalhadas semanalmente. Há dois lados dessa discussão. Quem defende a redução da jornada de trabalho diz que isso ajudaria a reduzir a exaustão física e mental, além de aumentar a qualidade de vida dos trabalhadores. Com mais tempo livre, essas pessoas poderiam dedicar-se à família, ao lazer, à prática de esportes ou aos estudos, o que poderia até mesmo resultar em ganhos de produtividade. Do outro lado, quem critica a medida chama a atenção quanto aos possíveis impactos negativos sobre o emprego e inflação dado o aumento nos custos operacionais que isso acarretaria para as empresas e a economia como um todo.