
Pacote de medidas concentrado na receita, e em parte duvidoso nos seus objetivos, poderia ser reforçado por ações na despesa em temas como política social, reestruturação de cargos e salários e mudança no abono salarial.
Após a aprovação de extraordinária elevação de gastos na PEC da transição, de pelo menos R$170 bilhões, o anúncio das primeiras medidas pela equipe econômica foi tímido e notadamente concentrado pelo lado da receita. Ao todo, dos R$ 243 bilhões do pacote fiscal, 80% ou R$193 bilhões foram pelo lado da receita, enquanto apenas 20% ou R$50 bilhões pelo lado do gasto. Não obstante a timidez da agenda de redução de despesas, metade do que foi anunciado tem chance baixa de se materializar, uma vez que a proposta redução de R$25 bilhões do custeio administrativo equivale a cerca de 25% de toda a despesa discricionária estimada para o Poder Executivo, de R$100 bilhões.