
No Brasil e Chile, BCs fixam juro em reação a desvios das expectativas de inflação em relação à meta. Não há evidência de que juro real mais alto no Brasil resulte de BC conservador em excesso ou meta de inflação muito baixa.
Nas últimas semanas, a política monetária do Banco Central do Brasil (BCB) esteve sob ataque, com duras críticas do Presidente Lula ao sistema de metas de inflação, ao nível elevado das taxas de juros e à autonomia do Banco Central. Parlamentares da base aliada reforçaram as críticas. Tais ataques alimentaram expectativas sobre possível elevação da meta de inflação e até de reversão da autonomia legal do Banco Central. O objetivo deste artigo é contribuir para o debate por meio da análise da evolução da política monetária, entre 2005 e 2022, no Brasil e no Chile, com ênfase no papel das regras básicas que norteiam a função de reação dos bancos centrais.