Como avalia o impacto da conjuntura macroeconômica e do aumento de pedidos de recuperação judicial na oferta de crédito a empresas?
Enquanto as empresas estão pensando no hoje e nas próximas semanas, nós, economistas, olhamos a conjuntura pelo retrovisor. O que os dados de fevereiro mostram é um agravamento significativo na situação financeira das empresas e na oferta de recursos de financiamento. E alguns indicadores de março também mostram uma situação difícil.
Para tentar entender o que está acontecendo, talvez seja interessante fazer uma narrativa que começa em 2020/21. Nesse período, em função da pandemia, o governo de um modo geral, e o Banco Central especialmente, tomaram um conjunto de medidas emergenciais que juntamente com uma queda acentuada da taxa de juros facilitou extraordinariamente a renegociação de dívidas. Terminamos 2020 com o menor índice de inadimplência da histórica estatística, com 1,2%. E, sob essa conjuntura, as empresas também aumentaram seu endividamento. A estimativa da dívida financeira total das empresas brasileiras em relação ao PIB chegou a 55,8% em dezembro de 2022, um aumento de 5,6 pontos percentuais em relação a 2019, somando crédito bancário e mercado de capitais, os quais lideraram esse aumento. Ou seja, houve um aumento forte do endividamento, que coincidiu com uma forte queda do custo financeiro.
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