Real e outras moedas emergentes: bom momento com prazo de validade?

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Real e outras moedas emergentes

O comportamento recente do câmbio tem colaborado para o clima de otimismo sobre a economia brasileira. No final de junho, alcançou o menor nível em um ano (dólar comercial a R$ 4,76 em 26/6). As expectativas agregadas no relatório de mercado Focus sugerem que a identificação mais recente de uma mudança de cenário a favor do real se deu em meados de junho, quando a mediana das projeções para a relação real-dólar no final de 2023 caiu dez centavos (relatório de 16/6), para R$ 5, sem registrar novas alterações desde então.

Livio Ribeiro, pesquisador associado do FGV IBRE, afirma que a moeda brasileira tem registrado um desempenho relativamente mais forte desde o final de março, bem antes de eventos como o avanço da tramitação do arcabouço fiscal e da alteração da perspectiva da nota de crédito do Brasil pela S&P Global. E, como costuma salientar, muito da valorização do real que se estima ser reflexo de movimentos domésticos conta com uma importante contribuição externa.

Para fazer essa decomposição entre o que é fator externo e o que são efeitos da conjuntura local, Ribeiro analisa um grupo de fundamentos entre os quais estão o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas, conhecido como índice DXY, o risco Brasil medido pelo CDS (Credit Default Swaps), a evolução do preço internacional das commodities, da Treasury de 10 anos, que são os títulos públicos do governo americano. Na janela entre o final de março e o final de junho ele identifica que fatores externo respondem por 83,6% da variação positiva do real frente ao dólar, e fatores domésticos, 42,18%. Nessa conta, que supera os 100%, é preciso ainda restar o impacto do diferencial de juros em relação às economias desenvolvidas – que, para Ribeiro, é uma variável ainda não absorvida totalmente nas avaliações sobre a moeda brasileira e outras emergentes.

Leia a matéria na íntegra no Blog da Conjuntura.

 

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