A pandemia provocou o cancelamento das folias de Carnaval por dois anos consecutivos, mas o retorno das festas deve trazer consigo preços mais elevados aos foliões, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE).
O estudo apontou que a inflação do Carnaval acumulou alta de 15,5% nos últimos 12 meses até janeiro, mais que o triplo da inflação geral registrada pelo IPC-DI, que ficou em 4,62% para o mesmo período.
A lista contém 26 itens que costumam ser consumidos pelos foliões nessa época e o maior impacto da cesta veio das passagens aéreas, que subiram 58,83% nos últimos 12 meses, seguidas pela tarifa de táxi (11,82%), anticoncepcional (11,57%), transporte por aplicativo (9,93%) e hotel (9,85%).
Itens de alimentação também estão em destaque na cesta: refeições em bares e restaurantes aumentaram em 7,71%, enquanto cervejas e chopps subiram 7,54% e refrigerantes e água mineral variaram 8,17%. O economista Matheus Peçanha, responsável pelo levantamento, afirma que o avanço da demanda no pós-pandemia foi o principal responsável por essa escalada de preços. “Essa é uma cesta muito focada em serviços: alimentação fora de casa, hotelaria, táxis e transporte por aplicativos, todos esses serviços sofreram muito com falta de demanda no período da pandemia e agora têm mais espaço para reajustar seus preços com o retorno da demanda, mesmo com o emprego e a renda ainda comprometidos. Então, o folião que se expuser a esse consumo vai gastar mais”, completa Peçanha.