
Na ata da Reunião do Copom em setembro de 2024, quando se deu início ao atual ciclo de alta da SELIC, as possíveis pressões altistas do mercado de trabalho sobre a inflação foram citadas várias vezes – em especial a potencial elevação dos salários acima da produtividade. A preocupação provavelmente se baseava na evolução da taxa de desemprego (ou Taxa de Desocupação, utilizando a terminologia atual do IBGE), que naquele momento alcançava 6,8%, dando continuidade a uma trajetória de queda acelerada iniciada alguns meses antes. As atas das reuniões de novembro e dezembro voltaram a elencar o aquecimento do mercado de trabalho como ponto de atenção (ainda que se tenha ponderado haver sinais de moderação do crescimento dos salários), agora num quadro de hiato do produto mais aberto, nas contas da autoridade monetária.