
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE caiu 6,5 pontos em setembro, para 75,3 pontos, menor patamar desde abril de 2021 (72,1 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 1,9 ponto, para 79,8 pontos.
“A confiança dos consumidores brasileiros caiu expressivamente em setembro, confirmando a interrupção da tendência de recuperação iniciada em abril, após a 2ª onda de covid. A queda foi determinada pela combinação de fatores que já vinham afetando a confiança em meses anteriores, como a inflação e desemprego elevados, e de novos fatores, como o risco de crise energética e o aumento da incerteza econômica e política com impacto mais acentuado sobre as expectativas em relação aos próximos meses. O pessimismo é maior entre as famílias de menor poder aquisitivo - cujas expectativas em relação à evolução da situação econômica geral são as piores desde abril de 2016 - mas é bastante disseminado entre todas as faixas de renda. A fragilidade da confiança dos consumidores tem sido marcada pela grande distância em relação à confiança empresarial e pela alta sensibilidade a qualquer novo fator, tornando muito difícil a antecipação de alguma tendência para os meses seguintes”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em setembro, houve piora tanto na percepção dos consumidores sobre as expectativas em relação aos próximos meses e quanto em relação à situação atual. O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu -1,0 ponto no mês, para 68,8 pontos, menor nível desde maio passado (68,7), enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou -9,8 pontos, para 81,1 pontos, menor nível desde abril de 2021 (79,2 pontos).
Entre os quesitos que medem o grau de satisfação com a situação atual, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral apresentou queda de -2,7 pontos em setembro, para 74,5 pontos. O indicador que mede as avaliações sobre as finanças pessoais manteve-se relativamente estável ao variar 0,6 ponto, para 63,6 pontos.
Com relação às expectativas, o quesito que mais influenciou a queda do ICC foi o que mede as perspectivas em relação à situação da economia. O indicador despencou 14,3 pontos, para 97,5 pontos, o menor patamar desde março (92,1 pontos). Enquanto o indicador que mede às perspectivas sobre a situação financeira das familias nos próximos meses caiu 12,8 pontos, para 79,7 pontos, menor valor desde maio de 2020 (71,6 pontos). O pessimismo do consumidor atua como efeito redutor das intenções de compras de bens duráveis, cujo indicador caiu 1,3 ponto para 68,4 pontos, interrompendo seis meses de recuperação lenta no indicador.
A análise por faixas de renda revela piora da confiança para todas as faixas de renda, tendo maior impacto entre os consumidores com renda mais baixa que apresentam nível menor nível desde o impacto da 2ª onda de covid entre março e abril desse ano. Consumidores com renda familiar mensal entre R$2.100,01 e R$4.800,00, apresentam a maior queda em setembro (8,3 pontos).