O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE caiu 3,3 pontos em novembro, para 85,3 pontos, o menor nível desde agosto (83,6 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice continua avançando 0,5 ponto, para 87,6 pontos influenciado pela alta nos últimos quatro meses.
“A confiança dos consumidores cai pelo segundo mês consecutivo. Passado o efeito das transferencias de renda, os consumidores de baixa renda voltam a se sentir menos satisfeitos sobre a situação financeira familiar e revisar suas expectativas para baixo nos proximos meses. Mesmo com uma queda das perspectivas sobre a inflação e um efeito ainda positivo no mercado de trabalho há um aumento do pessimismo sobre as finanças familiares nos próximos meses. É possível que ainda exista algum espaço para o consumo pelas familias de maior poder aquisitivo, mas dada as condições macroeconômicas, sua sustentação nos próximos meses acaba sendo uma tarefa difícil.”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens.
Em novembro, a queda do ICC foi influenciada pela piora das avaliações sobre o momento e pela redução das expectativas em relação aos próximos meses. Após três meses de alta, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 3,7 pontos, para 70,8 pontos, o menor nível desde julho de 2022 (70,3 pontos), enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 2,7 pontos, para 96,0 pontos, pelo segundo mês consecutivo.
Houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica e as finanças pessoais no momento. O indicador que mede as avaliações sobre a situação financeira das familias caiu 5,6 pontos, para 60,9 pontos, o pior resultado desde março de 2022 (56,9 pontos). O indicador que mede a satifação sobre a situação econômica recuou 1,9 ponto, para 81,2 pontos após acumular cinco altas consecutivas.
Entre os quesitos que compoem o ICC, o que mais contribuiu para a queda no mês foi a situação financeira das familias nos próximos seis meses. O indicador recuou 5,6 pontos, para 92,5 pontos, menor patamar desde agosto. O indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica geral caiu 4,6 pontos para 110,6 pontos, único ainda acima do nível neutro. Na contramão, a intenção de compra de bens duráveis subiu 2,5 pontos para 85,5 pontos, compensando a perda do mês anterior.
A análise por faixa de rendas, mostra perda de confiança em todas exceto para os consumidores de maior poder aquisitivo (renda acima de R$ 9.600,01). A avaliação dos consumidores de renda mais baixa sobre a situação financeira das famílias voltou a cair influenciada após a melhora dos últimos meses motivada pelos incentivos fiscais e transferências de renda. Para as classes de renda mais alta, os consumidores continuam revisando suas expectativas para baixo, mas há algum espaço para consumo nos próximos meses.