
Publicada na revista Conjuntura Econômica, a Carta do IBRE reflete parte do trabalho dos pesquisadores da Economia Aplicada do FGV IBRE. Aqui, oferecemos um repasso sobre as contribuições ao debate macroeconômico de 2024 representadas nesse texto mensal, escrito pelo diretor do Instituto, Luiz Guilherme Schymura. Como poderá conferir, há questões estruturais que ainda permanecerão na agenda.
JANEIRO: Política industrial
No primeiro mês de 2024, os pesquisadores do FGV IBRE buscaram as mais recentes revisões sobre política industrial presentes literatura econômica para traçar recomendações para o Brasil. Samuel Pessôa pontuou que alguns entraves para o país para operar esse tipo de política campo são uma baixa poupança doméstica, “condicionando o juro elevado e a tendência à apreciação do câmbio”, bem como carência de capital humano, “pelo lento avanço da qualidade da educação”. Além de competir com os recursos dedicados a garantir um Estado de bem-estar social que países do Leste Asiático, onde há políticas industriais bem-sucedidas, não têm, Pessôa lembra que o Brasil é o país “do direito adquirido”, em que programas de subsídio nunca terminam. Trata-se de um ambiente político e institucional que dificulta a descontinuidade de políticas que deram errado, diz.
No Brasil, aponta a Carta, o recomendável é que políticas industriais optem por apoiar setores alinhados às vantagens comparativas, como foi o caso do agronegócio, com apoio da Embrapa. Quando se tratar de casos “à revelia das vantagens comparativas”, como foi o da Embraer, Pessôa destacou a importância de se focar a especialização em algumas etapas do processo, e da acoplagem a um forte projeto educacional, que no caso foi apoiado pelo ITA. Também destacou a importância de uma minuciosa avaliação dos fracassos pregressos e dos sucessos, para o desenvolvimento de protocolos que norteiem a intervenção governamental.
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