Custo da cesta básica dispara em setembro: Manaus tem alta de 16,26%.

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Custo da cesta básica dispara em setembro: Manaus tem alta de 16,26%.

São Paulo, outubro de 2025 – A cidade do Rio de Janeiro segue liderando o ranking com o maior custo da cesta básica entre as capitais pesquisadas. Após três meses consecutivos de queda, os preços voltaram a subir com força em setembro, com alta de 5,04% — passando de R$ 945,92 para R$ 993,64. No acumulado dos últimos seis meses, a capital fluminense registra elevação de 2,08% (de R$ 973,43 para R$ 993,64), o que tende a preocupar os consumidores locais com a aproximação do fim do ano e o aumento da demanda sazonal.

O maior destaque do mês, no entanto, foi Manaus, que registrou uma aceleração expressiva de dois dígitos: alta de 16,26%, saltando de R$ 726,76 em agosto para R$ 844,93 em setembro. Com esse movimento, a capital amazonense acumula variação de 15,29% no semestre (de R$ 732,90 para R$ 844,93), indicando uma pressão acentuada sobre o orçamento das famílias, especialmente após um período de relativa estabilidade. 

Curitiba também apresentou aumento relevante, com alta de 8,74% em setembro. Em termos nominais, foi a primeira vez em 15 meses que o custo da cesta básica na capital paranaense ultrapassou a marca dos R$ 800, passando de R$ 737,58 para R$ 802,07. No acumulado semestral, a cidade registra elevação de 4,41% (de R$ 768,21 para R$ 802,07), revertendo parcialmente a tendência de queda observada no primeiro semestre.

Em Belo Horizonte, a cesta básica encerrou setembro com avanço de 3,98%, passando de R$ 678,05 para R$ 705,02, valor semelhante ao registrado no início do ano. No acumulado dos últimos seis meses, a alta foi de 2,27% (de R$ 689,37 para R$ 705,02), indicando uma retomada gradual dos preços após um período de retração moderada.

Fortaleza também registrou elevação no mês, com alta de 2,07% (de R$ 844,76 para R$ 862,24). No semestre, a variação acumulada foi de 1,09% (de R$ 852,97 para R$ 862,24), sinalizando uma pressão moderada nos preços, ainda que em ritmo menos intenso do que em outras capitais. 

São Paulo inverteu a trajetória de quatro meses consecutivos de queda e apresentou alta de 1,11% em setembro, com o custo da cesta passando de R$ 930,24 para R$ 940,56. Ainda assim, a capital paulista acumula queda expressiva de 5,17% no semestre (de R$ 991,80 para R$ 940,56), mantendo-se como uma das capitais com maior alívio no custo dos itens essenciais no período recente.

Salvador foi uma das poucas capitais a registrar queda em setembro. O custo da cesta básica recuou 1,21%, passando de R$ 846,22 para R$ 835,98. No acumulado dos últimos seis meses, a retração chega a 2,22% (de R$ 854,95 para R$ 835,98), reforçando uma tendência de redução contínua nos preços, ainda que com oscilações pontuais ao longo do período.

Brasília manteve o movimento de queda observado nos meses anteriores, registrando novo recuo de 0,43% em setembro (de R$ 810,34 para R$ 806,83). No acumulado do semestre, a capital federal apresenta redução de 4,41% (de R$ 844,01 para R$ 806,83). Essa trajetória confirma a desaceleração dos preços, especialmente após os recuos registrados entre junho e agosto. 

Quadro 1 – Preços médios da cesta de consumo básica em setembro/25, por capital 

Capital 

Preço Médio agosto/25  

(R$) 

Preço Médio setembro/25 

(R$) 

Variação 

% 

Rio de Janeiro 

R$ 945,92 

R$ 993,64 

5,04% 

São Paulo 

R$ 930,24 

R$ 940,56 

1,11% 

Fortaleza 

R$ 844,76 

R$ 862,24 

2,07% 

Manaus 

R$ 726,76 

R$ 844,93 

16,26% 

Salvador 

R$ 846,22 

R$ 835,98 

-1,21% 

Brasília 

R$ 810,34 

R$ 806,83 

-0,43% 

Curitiba 

R$ 737,58 

R$ 802,07 

8,74% 

Belo Horizonte 

R$ 678,04 

R$ 705,02 

3,98% 

  Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

Quadro 2 – Variação acumulada da cesta de consumo básica em setembro/25, por capital  

Capital 

abri/25 

(r$) 

mai/25 

(r$) 

jun/25 

(r$) 

jul/25 

(r$) 

ago/25 

(r$) 

set/25 

(r$) 

Variação  

6 meses 

Belo Horizonte 

689,37 

706,55 

690,74 

686,96 

678,04 

705,02 

2,27% 

Brasília 

844,01 

839,33 

832,94 

812,53 

810,34 

806,83 

-4,41% 

Curitiba 

768,21 

794,55 

767,14 

746,46 

737,58 

802,07 

4,41% 

Fortaleza 

852,97 

874,00 

866,07 

852,45 

844,76 

862,24 

1,09% 

Manaus 

732,90 

755,28 

761,81 

749,47 

726,76 

844,93 

15,29% 

Rio de Janeiro 

973,43 

986,70 

969,40 

958,90 

945,92 

993,64 

2,08% 

Salvador 

854,95 

860,15 

853,90 

858,67 

846,22 

835,98 

-2,22% 

São Paulo 

991,80 

976,41 

966,26 

949,87 

930,24 

940,56 

-5,17% 

 Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

Itens que mais pressionam os preços da cesta básica no semestre 

Dos 18 itens que compõem a cesta básica, fubá e a margarina foram os principais responsáveis pela pressão sobre os preços em setembro. Em algumas capitais, as variações acumuladas no semestre chegaram a dois dígitos, com destaque para os alimentos processados e derivados de grãos, especialmente milho e trigo — categorias que vêm enfrentando desafios de oferta desde o início do ano.

  • Belo Horizonte: margarina (18,00%), fubá (12,98%) e feijão (9,12%);
  • Brasília: pão (13,72%) e bovino (6,26%);
  • Rio de Janeiro: margarina (22,35%), fubá (8,37%) e bovino (8,35%);
  • Curitiba: óleo de soja (9,77%) e margarina (8,35%);
  • Fortaleza: margarina (11,54%);
  • Manaus: margarina (13,50%) e frango (7,79%);
  • Salvador: margarina (12,69%) e fubá e farinha de milho (8,07%);
  • São Paulo: bovino (13,25%) e margarina (7,23%). 

Fatores que pressionam a alta de preços em setembro 

O fubá, a farinha de milho e outros derivados ainda refletem os efeitos do primeiro semestre de 2025, quando a produção foi afetada por estoques baixos e problemas climáticos em regiões importantes como Goiás e Mato Grosso. Os preços da carne bovina têm sido impactados por dois fatores principais: a demanda externa elevada, que eleva as exportações e reduz a oferta interna, especialmente com o câmbio favorável; e os custos de produção, incluindo alimentação do gado, insumos e transporte. Já os derivados do leite, como a manteiga, têm ficado mais caros não apenas pela pressão do setor pecuário, mas também pelo aumento dos custos de energia, transporte e embalagens. 

Quadro 3 – Maiores variações de preços da cesta básica em setembro/2025, por capital. 

Capital 

Açúcar 

Manteiga 

Margarina 

Óleo 

Massas alimentícias 

Belo Horizonte 

2,92% 

2,14% 

1,66% 

9,34% 

1,24% 

Brasília 

1,16% 

0,73% 

1,09% 

1,17% 

1,52% 

Curitiba 

6,50% 

2,06% 

3,03% 

6,95% 

2,43% 

Fortaleza 

0,90% 

2,15% 

3,85% 

2,79% 

1,32% 

Manaus 

8,79% 

3,05% 

7,15% 

9,09% 

2,16% 

Rio de Janeiro 

1,14% 

4,14% 

7,26% 

8,21% 

0,10% 

Salvador 

2,82% 

3,39% 

3,69% 

4,68% 

1,27% 

São Paulo 

-1,27% 

0,84% 

2,36% 

2,75% 

1,11% 

Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

Queda de preços 

Apesar da retomada da inflação em boa parte dos produtos da cesta básica em setembro, alguns itens apresentaram quedas expressivas nos preços, o que ajudou a conter aumentos ainda maiores. É o caso do arroz, do feijão, dos legumes e dos ovos, que registraram recuos na maioria das capitais analisadas.

No acumulado dos últimos seis meses, as maiores quedas foram observadas nos seguintes locais:

  • Arroz: São Paulo (-13,02%), Brasília (-12,19%) e Manaus (-10,66%);
  • Feijão: Curitiba (-12,01%) e Rio de Janeiro (-10,19%);
  • Legumes: Curitiba (-28,11%) e Rio de Janeiro (-11,18%);
  • Ovos de galinha: Belo Horizonte (-12,10%) e São Paulo (-10,31%). 

Quadro 4 – Menores variações de preços da cesta básica em setembro/2025, por capital. 

Capital 

Bovinos 

Feijão 

Legumes 

Leite UHT 

Suíno 

Belo Horizonte 

1,35% 

3,01% 

-7,10% 

-0,39% 

2,12% 

Brasília 

-1,88% 

0,61% 

-4,40% 

-0,99% 

0,14% 

Curitiba 

7,55% 

7,96% 

0,3% 

0,02% 

0,59% 

Fortaleza 

-4,00% 

-0,08% 

-2,08% 

1,28% 

-9,44% 

Manaus 

2,00% 

1,81% 

-6,02% 

2,60% 

3,97% 

Rio de Janeiro 

-1,12% 

-1,96% 

-0,81% 

-0,82% 

-4,11% 

Salvador 

-3,46% 

-1,23% 

-4,97% 

1,23% 

-1,86% 

São Paulo 

5,22% 

-0,64% 

-8,03% 

-1,59% 

-3,41% 

Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

Cesta ampliada 

A cesta de consumo ampliada, que reúne os 18 itens da cesta básica mais 15 produtos de higiene e limpeza, registrou alta generalizada em setembro na maior parte das capitais pesquisadas. Manaus liderou com aumento expressivo de 18,00%, seguida por Curitiba (11,32%), Rio de Janeiro (5,96%) e Belo Horizonte (4,27%). Por outro lado, Salvador manteve os preços praticamente estáveis, com variação de -0,02%. 

Quadro 5 – Preços médios da cesta de consumo ampliada em setembro/25, por capital. 

Capital 

Preço Médio (R$)  

agosto/25 

Preço Médio (R$)  

setembro/25 

Variação 

% 

Rio de Janeiro 

R$ 2.073,31 

R$ 2.196,90 

5,96% 

São Paulo 

R$ 2.015,38 

R$ 2.056,02 

2,02% 

Brasília 

R$ 1.945,62 

R$ 1.981,29 

1,83% 

Salvador 

R$ 1.924,71 

R$ 1.924,32 

-0,02% 

Fortaleza 

R$ 1.867,11 

R$ 1.912,03 

2,41% 

Manaus 

R$ 1.582,52 

R$ 1.867,31 

18,00% 

Belo Horizonte 

R$ 1.767,99 

R$ 1.843,51 

4,27% 

Curitiba 

R$ 1.619,26 

R$ 1.802,64 

11,32% 

     Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

No acumulado dos últimos seis meses, os preços da cesta de consumo ampliada avançaram na maioria das capitais, com exceção de São Paulo:

  • Em alta: Manaus (22,53%), Curitiba (10,67%), Belo Horizonte (6,20%), Rio de Janeiro (4,57%), Fortaleza (3,03%), Salvador (0,89%) e Brasília (0,82%).
  • Em queda: São Paulo (-4,97%). 

Itens da cesta ampliada com maiores aumentos 

Entre os 33 produtos analisados, destacaram-se:

  • Achocolatado: Curitiba (5,25%), Fortaleza (4,75%) e Rio de Janeiro (4,46%);
  • Batata congelada: Curitiba (4,83%), Rio de Janeiro (4,43%); Fortaleza (3,28%)
  • Hambúrguer: Manaus (9,64%); São Paulo (3,06%); Rio de Janeiro (3,02%);
  • Amaciantes: Manaus (4,21%); Rio de Janeiro (3,55%); Curitiba (3,25%), Salvador (3,24%).

Esses aumentos refletem, em parte, o impacto dos custos maiores de ingredientes, embalagens e transporte, que seguem pressionando os preços dos produtos industrializados e de higiene. 

Quadro 6 – Maiores variações de preços da cesta ampliada em setembro/2025, por capital. 

Capital 

Achocolatado 

Batata Congelada 

Hambúrguer 

Sabonete 

Amaciante para roupas 

Belo Horizonte 

3,11% 

1,22% 

1,99% 

1,95% 

1,05% 

Brasília 

0,93% 

1,67% 

2,83% 

0,30% 

0,90% 

Curitiba 

5,25% 

4,83% 

0,02% 

1,56% 

3,25% 

Fortaleza 

4,75% 

3,28% 

2,43% 

2,88% 

1,67% 

Manaus 

3,16% 

3,33% 

9,64% 

2,52% 

4,21% 

Rio de Janeiro 

4,46% 

4,43% 

3,02% 

0,91% 

3,55% 

Salvador 

3,97% 

2,38% 

0,83% 

066% 

3,24% 

São Paulo 

1,12% 

1,17% 

3,06% 

0,99% 

0,80% 

Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

Itens que apresentaram estabilidade nos preços 

Em setembro, cinco produtos da cesta ampliada apresentaram estabilidade ou recuos de preços, ajudando a aliviar o orçamento das famílias. As verduras se destacaram por quedas em várias capitais, como Curitiba (-2,70%), Salvador (-1,26%) e São Paulo (-1,50%). O azeite de oliva registrou comportamento misto, com redução em Salvador (-2,79%). Outros itens, como leite em pó, iogurte e água mineral, também tiveram variações moderadas, mantendo-se relativamente estáveis no período. 

 Quadro 7 – Itens da cesta ampliada com estabilidade de preços em setembro/2025, por capital. 

Capital 

Água mineral 

Iogurte 

Leite em pó 

Verduras 

Azeite de Oliva 

Belo Horizonte 

1,08% 

-1,24% 

0,90% 

-0,16% 

0,76% 

Brasília 

-0,20% 

0,89% 

1,04% 

0,32% 

1,46% 

Curitiba 

4,48% 

1,11% 

-1,73% 

-2,67% 

0,81% 

Fortaleza 

-0,63% 

-0,73% 

0,28% 

0,38% 

2,94% 

Manaus 

5,56% 

0,78% 

0,19% 

-1,58% 

6,48% 

Rio de Janeiro 

1,80% 

-0,06% 

-1,27% 

0,91% 

-0,43% 

Salvador 

2,60% 

-0,49% 

-0,62% 

-1,26% 

-2,79% 

São Paulo 

-1,80% 

0,59% 

0,59% 

-1,50% 

-0,46% 

   Fonte: Neogrid/FGV IBRE 

 

Sobre a Cesta de Consumo NEOGRID & FGV IBRE 

A Neogrid e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas - FGV IBRE se uniram para lançar a plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper, e a Cesta de Consumo Ampliada, contendo mais de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza.  

A plataforma, que pode ser acessada no Painel de Insights Neogrid monitora a variação e o comportamento dos preços nas oito maiores capitais brasileiras em população - Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e os produtos e quantidades analisados variam conforme os hábitos de consumo locais.