Dia das Mães: consumidor está menos pessimista que em anos anteriores

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Dia das Mães: consumidor está menos pessimista que em anos  anteriores

O Dia das Mães é uma data muito aguardada pelo Comércio brasileiro por ser a segunda maior fonte de vendas extraordinárias associadas a datas festivas, somente superada pelo Natal.  Por este motivo, há 17 anos o FGV IBRE vem consultando os consumidores brasileiros com o intuito de conhecer o seu ímpeto para compras de presentes relacionadas a este dia. Em 2025, os consumidores foram consultados a respeito dos seguintes temas:  


i.    Previsões sobre gastos com presentes na comparação com o ano anterior;  
ii.   Expectativas com o valor médio dos presentes; 
iii.  Tipo de presente a ser escolhido. 

Ímpeto de Compras de Presentes para o Dia das Mães 2025 


O indicador de Ímpeto de Compras de Presentes para o Dia das Mães mede o sentimento dos consumidores com relação aos gastos em presentes relacionados a esta data no ano corrente. É construído como a proporção dos que pretendem gastar mais que no ano anterior menos a proporção dos que pretendem gastar menos, mais 100 (cem). Por construção, quando este indicador estiver acima de 100 pontos, haverá mais consumidores prevendo gastar mais que projetando gastar menos. Ocorre que, desde sua criação, o maior nível alcançado pelo indicador foi de 94,8 pontos, em 2010. Portanto, nunca houve registro de mais gente prevendo gastar mais que gastar menos.  


Em 2025, o indicador atingiu 84,3 pontos, uma alta de 4,2 pontos em relação ao ano passado. Além de ser a quarta alta consecutiva, este é o maior nível desde 2014, quando o indicador registrou 84,5 pontos. O resultado é motivado pela combinação da redução da parcela dos consumidores que pretendem gastar menos, com queda de 4,1 pontos 
percentuais (p.p.), para 26,4%, e de aumento da parcela dos consumidores que pretendem gastar a mesma coisa, com alta de 4,1 pontos percentuais, para 62,9%. A parcela dos que pretendem aumentar os gastos com presentes no Dia das Mães ficou praticamente estável, ao variar 0,1 p.p., para 10,7%.

A análise por faixa de renda mostra que a alta do ímpeto para gastos relacionados ao Dia das Mães foi observada em três das quatro faixas de renda analisadas, com destaque para a faixa 2, com renda familiar entre R$ 2.100 e R$ 4.800 mensais. Nesta faixa registrou-se um forte aumento do indicador de ímpeto de compras, que avançou 21,1 
pontos, para 90,7 pontos, o maior nível desde 2013 (90,7 pontos). O indicador de Ímpeto de Compras para as famílias com renda acima de R$ 9.600,01 foi o único que retraiu, com queda de 5,3 pontos. 


O valor médio dos presentes diminuiu em relação ao ano passado 


Apesar do aumento do Ímpeto de Compras para o Dia das Mães, o valor médio do presente pretendido caiu para R$ 72,631 em 2025, contra R$ 74,40 no mesmo período do ano passado. Esta foi a terceira queda consecutiva do preço médio previsto para os presentes, reforçando o fato de que a evolução favorável do Indicador de Ímpeto de Compras não implica no aumento efetivo de gastos já que ainda há menos consumidores prevendo mais que gastar menos.  


Vestuário e Gastronomia são os itens em alta dentre os consumidores que pretendem comprar presentes e que já decidiram o que adquirir, os itens Vestuário (blusas, camisas, vestidos) e Outros (livros, gastronomia, lazer, dinheiro) mantiveram a liderança na preferência das intenções de compra para essa ocasião, registrando aumento de 3,9 p.p. e de 0,2 p.p, respectivamente, no mesmo período de comparação do ano passado.

O item Flores também cresceu como possibilidade de presente em 2025, ao subir 1,5 p.p na mesma base de comparação. Entre os itens citados nos Outros, a intenção com gasto em gastronomia (almoço, jantar, lanche, cesta de café da manhã, etc) se mantém como o principal item dessa lista de consumo, ao subir 3,2 p., para 13,9%. 


Os itens Calçados e Perfumaria e Cosméticos apresentaram recuos de 3,2 e 1,7 p.p, respectivamente, se destacando negativamente em comparação ao mesmo período do ano passado. O item Eletrônicos também recuou, mas em magnitude menor, em 0,7 p.p.. 


“A resiliência da atividade econômica nesse início de 2025, com a manutenção da renda e do emprego, possibilitou uma maior disposição para gastar com presentes no Dia das Mães.

A alta do indicador, no entanto, sugere uma tendência à manutenção dos padrões de gastos, com uma redução no pessimismo, mas sem um aumento significativo no otimismo.

Este resultado está alinhado com o ritmo mais moderado de crescimento econômico deste ano. Entre os tipos de presentes, Vestuário volta a ganhar força este ano e se mantém como o principal item de compras. Vale destacar o aumento gradual na intenção de presentes relacionados à Gastronomia ao longo dos anos, ratificando uma mudança nas preferências dos consumidores sobre o item para presente na ocasião”, avalia Anna Carolina Gouveia, pesquisadora e economista do FGV IBRE.