
A expectativa mediana dos consumidores brasileiros para inflação nos 12 meses seguintes recuou 0,4 ponto percentual entre dezembro e janeiro, para 5,0%, o mesmo valor de abril de 2018 e o menor desde agosto de 2007 (4,9%). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve redução de 0,4 ponto percentual.
“A combinação de inflação atual em queda e diminuição da incerteza com os ambientes político e econômico influenciaram na queda das expectativas de inflação nos últimos três meses. A projeção mediana dos consumidores começa a se aproximar dos níveis das expectativas de especialistas do mercado financeiro (4,1%), numa convergência poucas vezes vista anteriormente, mostrando uma forte ancoragem de expectativas inflacionárias”, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor, da FGV/IBRE.
Na análise por intervalos de inflação prevista, a parcela dos consumidores que projetaram valores dentro dos limites de tolerância (2,75%-5,75%) da meta de inflação de 4,25%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para o ano de 2019, cresceu, ao passar de 53,4% do total, em dezembro, para 61,4% em janeiro, o maior percentual nos últimos seis meses. No mesmo período, a proporção de consumidores projetando valores abaixo do limite inferior (2,75%) caiu 0,9 ponto percentual, para 3,5%. Já a parcela dos que esperam uma inflação acima do limite superior (5,75%) diminuiu de 42,2% para 35,1%, a menor proporção nos últimos seis meses.
Com exceção das famílias com renda mensal até R$ 2.100,00, a expectativa de inflação diminuiu em todas as faixas de renda em janeiro. A maior queda aconteceu na faixa de renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 cuja expectativa caiu 0,6 ponto percentual, para 5,3%, o menor valor desde março de 2008 (5,1%).