
O desempenho da balança comercial brasileira no acumulado do ano até maio demonstra que as importações ganharam das exportações, invertendo a tendência observada no acumulado dos primeiros cinco meses de 2023. O Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do FGV IBRE indica que, de janeiro a maio, as exportações cresceram 7,6% em volume e recuaram 4,6% em preço em relação ao mesmo período do ano passado; já as importações cresceram 10,6% em volume e caíram 7,9% na mesma comparação. Ainda que o superávit acumulado até maio seja maior do que o de 2023 – US$ 35,9 bilhões contra US$ 34,5 bilhões – a projeção do IBRE é de que a balança comercial encerre 2024 com saldo positivo menor que em 2023, de R$ 87,7 bilhões.
O lado cheio desse copo é que uma parte desse aumento das importações se refere a bens duráveis – que lideram a variação em volume, com alta de 49,9% no acumulado até maio em relação ao mesmo período de 2023, com destaque para carros elétricos chineses – e, em especial, a aquisição de bens de capital. Neste mês, os pesquisadores liderados por Lia Valls calcularam a média do índice de volume importado para acumulados do ano até maio e constataram que o aumento registrado este ano é o maior desde 2010, ano a partir do qual iniciaram a análise. Ao se observar a variação de volume importado pelo setor industrial e a agropecuária, observa-se ainda a liderança da primeira: a indústria de transformação registrou alta de 15,5% no volume importado de máquinas e equipamentos nos cinco primeiros meses do ano em relação a janeiro-maio de 2023 e de 9,6% na compra de bens intermediários. No caso da agropecuária, ambas as variações foram negativas: respectivamente, de -15,9% e -4,3%.
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