Governo deve abandonar de vez ideia de alterar meta de inflação, mantendo-a em 3,0%, ao mesmo tempo em que a transforma em objetivo contínuo. Resistir à tentação de ampliar o intervalo de tolerância parece igualmente essencial.
Na seção sobre política monetária do Boletim Macro do mês passado, assinalamos que, nas condições daquele momento, projeções de inflação calcadas na hipótese de manutenção da taxa Selic indicavam cumprimento da meta de 3,0% em 2024. Acrescentamos que, na ausência de alteração do atual nível de juros, isso acabaria produzindo inflação abaixo da meta em 2025. Com base nesse raciocínio, mencionamos que tal cenário abria “uma boa perspectiva de redução da Selic nos próximos meses”.