Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,1% na atividade econômica em junho

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O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,1% na atividade econômica no segundo trimestre em comparação ao primeiro e 0,1% em junho comparado a maio, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual a economia cresceu 3,0% no segundo trimestre e 2,7% em junho.                                       

“O crescimento de 1,1% do PIB no 2º trimestre é reflexo do desempenho positivo das três grandes atividades econômicas, embora seja esperada uma redução do ritmo da atividade econômica no segundo semestre devido aos juros que estão em patamares elevados, e a despeito da expectativa de redução do ritmo inflacionário. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo são os principais componentes a explicar o crescimento do PIB no trimestre. Pode-se destacar que os estímulos aplicados a economia, como a liberação do FGTS e a redução dos preços de alguns produtos considerados essenciais surtiram efeito positivo, pelo menos no curto prazo” segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.


ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes. 

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 1,8% no segundo trimestre, comparado ao primeiro e 0,3% em junho frente a maio. Na comparação interanual cresceu 4,3% no segundo trimestre. Nesta comparação, conforme apontado no Gráfico 3 no Press Release, todos os componentes do consumo cresceram, a exceção do consumo de bens duráveis, o que seria esperado tendo em vista o nível elevado dos juros. Entre os que cresceram o maior destaque continua sendo o consumo de serviços. 

Formação bruta de capital fixo (FBCF)

A FBCF apresentou crescimento de 4,0% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e de 1,3% em junho, frente a maio. Na comparação interanual cresceu 0,3% no segundo trimestre, conforme mostra o Gráfico 4 no Press Release. O componente de máquinas e equipamentos foi o único a apresentar queda nesta comparação (-3,7%), porém a uma taxa menor do que as quedas observadas nos meses anteriores. 

Exportação

A exportação de bens e serviços apresentou retração de 2,4% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e crescimento de 7,8% em junho, frente a maio. Na análise interanual, a exportação retraiu 4,6% no segundo trimestre, conforme apontado no Gráfico 5 no Press Release. Pelo segundo mês consecutivo, as quedas na exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral tiveram papel importante no desempenho negativo da exportação.

Importação

A importação de bens e serviços cresceu 7,2% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e retraiu 1,2% em junho frente a maio. Na análise interanual retraiu 1,6% no segundo trimestre. Como pode ser observado pelo Gráfico 6 no Press Release, desde o trimestre encerrado em janeiro, a queda na importação de bens intermediários foi a principal responsável por esse resultado negativo da importação.

MONITOR DO PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB no primeiro semestre de 2022, em valores correntes, foi de 4 trilhões 596 bilhões e 527 milhões de Reais.

TAXA DE INVESTIMENTO


O Gráfico 7 no Press Release destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento trimestrais desde janeiro de 2000 (18,1%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento trimestrais desde janeiro de 2015 (16,6%). Observa-se que a taxa de investimento do segundo trimestre de 2022 foi de 18,9%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta uma taxa de investimento acima da taxa de investimento média trimestral considerando o período desde 2000 e acima da taxa de investimento média considerando o período desde o 1º trimestre de 2015.