Monitor do PIB-FGV aponta retração de 0,7% na atividade econômica em outubro

Monitor do PIB-FGV aponta retração de 0,7% na atividade econômica em outubro

O Monitor do PIB-FGV aponta, na análise da série dessazonalizada, retração de 0,7% na atividade econômica no mês de outubro, em comparação a setembro e crescimento de 1,0% no trimestre móvel findo em outubro, em comparação com o findo em julho. Na comparação interanual a economia estagnou no mês de outubro e cresceu 2,3% no trimestre móvel findo em outubro.

A economia brasileira continua estagnada com declínio em outubro comparado a setembro e paralisada em relação ao mesmo mês do ano passado. Há de se levar em conta que o mês de outubro do ano passado teve resultado negativo o que tornaria mais fácil crescer este ano. Considerando a comparação mensal, os serviços cresceram puxados por Outros Serviços; a única exceção foi o Comércio. A indústria apresentou resultado negativo puxado pela forte queda da indústria de transformação, enquanto a agropecuária apresentou forte crescimento. A taxa acumulada em doze meses que foi negativa desde abril de 2020 até a de abril deste ano, continua crescendo a taxas decrescentes e em outubro foi positiva em 4,2%, indicando para este ano uma taxa de crescimento em torno desta. O investimento teve forte queda no interanual em outubro, mas continua com taxas altas no acumulado de 12 meses, provavelmente influenciada pela internalização das plataformas de petróleo com o término do estímulo tributário. Ou seja, isto é apenas um efeito estatístico já que as plataformas já existiam e sempre foram operadas pela Petrobrás em águas territoriais brasileiras. Não é um novo investimento. O crescimento do ano será garantido pelo consumo das famílias e do governo”, afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

ANÁLISE DESAGREGADA DOS COMPONENTES DA DEMANDA

A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

Consumo das famílias

O consumo das famílias cresceu 1,9% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 2 do Press Release, o componente de serviços foi o único a apresentar crescimento. Na série com ajuste sazonal o consumo das famílias apresentou avanço de 0,6% em comparação ao trimestre anterior.

Formação bruta de capital fixo

A FBCF cresceu 7,6% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado no Gráfico 3 do Press Release, pelo décimo segundo mês seguido todos os componentes apresentaram crescimento. É importante ressaltar a visível queda nas taxas de crescimento desde o mês de junho deste ano. Na série ajustada sazonalmente a formação bruta de capital fixo apresentou crescimento (2,0%) no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao findo em julho. 

Exportação

A exportação apresentou crescimento de 5,7% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao mesmo período do ano passado. Conforme apontado pelo Gráfico 4 do Press Release, o elevado crescimento do setor de serviços (31,3%) é o principal responsável por essa taxa positiva. Por outro lado, na análise da série dessazonalizada a exportação apresentou retração de 0,8% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao findo em julho.

Importação

A importação apresentou crescimento de 20,9% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao mesmo período do ano passado. Na análise da série dessazonalizada a importação apresentou retração de 0,3% no trimestre móvel findo em outubro em comparação ao findo em julho.

MONITOR DO PIB-FGV EM VALORES

Em termos monetários, estima-se que o PIB no acumulado do ano até outubro de 2021, em valores correntes, foi de 7 trilhões, 162 bilhões e 586 milhões de reais.

TAXA DE INVESTIMENTO

O Gráfico 6 do Press Release destaca em duas linhas as médias das taxas de investimento: a laranja (em cima) mostra a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2000 (18,0%); a cinza (em baixo), a média das taxas de investimento mensais desde janeiro de 2015 (16,2%). Observa-se que a taxa de investimento em outubro de 2021 foi de 17,1%, na série a valores correntes. Este resultado apresenta uma taxa de investimento abaixo da taxa de investimento média mensal considerando o período desde 2000 e acima da taxa de investimento média considerando o período desde janeiro de 2015.