Nos últimos 80 anos, um padrão se consolidou: em momentos de aversão ao risco, os investidores tendem a buscar abrigo no sistema financeiro dos Estados Unidos. Esse refúgio não é apenas seguro em momentos de crise — independentemente de o epicentro ser doméstico, como na crise de 2008, ou internacional —, mas também ajuda a explicar como o país consegue conviver com desequilíbrios permanentes.
Quando há regiões que diferem em sua capacidade de oferecer ativos suficientemente líquidos e de baixo risco (Caballero, Farhi e Gourinchas, 2008) e quando seus mercados financeiros não são tão desenvolvidos (Mendoza, Quadrini e Rios-Rull, 2009), o excesso de demanda por ativos seguros acaba por financiar, de forma sistemática, os déficits comerciais norte-americanos. Isso ocorre porque o mundo cresce mais rapidamente do que os Estados Unidos (e seus pares) conseguem ofertar esses ativos. As taxas de juros baixas tornam-se, assim, uma consequência natural dessa dinâmica.
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