
O final de ano é um momento para analisarmos o ano que termina e apontarmos as perspectivas para aquele que vai começar. Nesse sentido, vale a pena relembrar quais eram as principais preocupações, com relação à economia, há um ano . Com o título de “O risco de leniência”, a edição do Boletim Macro IBRE de dezembro de 2023 destacava que, com relação ao cenário doméstico, “o nível de incertezas se reduziu ao longo do ano, após as muitas ameaças de retrocesso em avanços de políticas econômicas implementados em governos anteriores. Sem dúvida, o novo arcabouço fiscal, apesar de não convencer os analistas quanto à volta dos superávits primários, mitigou os riscos de um descontrole mais significativo das contas públicas, principalmente após a PEC da transição, que aumentou os gastos públicos em mais de R$ 160 bilhões.”
Mais adiante: “Entre os principais objetivos de uma regra fiscal, como o arcabouço, é gerar condições para a estabilização da dívida pública, melhorar a qualidade do gasto público e produzir uma política fiscal anticíclica. Porém, com toda a pressão política que estará presente em 2024, em um quadro de acirrada disputa entre a esquerda, no controle do Executivo, e o Centrão, no do Legislativo, não há certeza que essas preocupações prevalecerão no próximo ano e que as escolhas do governo irão na direção de respeitar e fortalecer o arcabouço fiscal.