
No debate fiscal, é preciso dar mais atenção a riscos e ajustes necessários pelo lado da receita pública. Com foco especial no setor petrolífero, responsável por 83% da alta da receita primária de 2022 acima da média histórica.
Não há dúvida de que o gasto público deve ter seu crescimento controlado e, sobretudo, sua qualidade aprimorada, mas sinto avisar aos navegantes que este não será o principal desafio fiscal do próximo governo que se inicia em 1o de janeiro. Há um componente mais delicado da equação fiscal que tem sido negligenciado pela maioria dos analistas de mercado: o alto risco de que a receita primária do governo central (e também a dos estados) venha a cair já em 2023 devido à reversão da alta do preço internacional do petróleo.