Redução de jornada: maior benefício para trabalhadores com mais escolaridade e menor impacto em algumas atividades de serviços

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Redução de jornada: maior benefício para trabalhadores com mais escolaridade e menor impacto em algumas atividades de serviços

O levantamento realizado por Fernando de Holanda Barbosa Filho e Paulo Peruchetti mostra que, apesar de a PEC ter apelo especialmente entre trabalhadores com menos escolaridade e salários mais baixos, os principais beneficiários caso a proposta seja aprovada mantendo a remuneração total seriam os trabalhadores com ensino médio completo e superior incompleto, seguidos daqueles com superior completo.

Essa diferença se dá pelo fato de que trabalhadores com menos escolaridade são aqueles cuja jornada semanal média mais se aproxima das 36 horas propostas na PEC – dado que também foge ao senso comum. Barbosa explica que no Brasil a jornada média de trabalho já é inferior ao teto legal de 44 horas semanais. Em 2024, foi de 38,4 horas. “A redução da jornada média é uma tendência observada desde os anos 1980”, destaca. Em 2012, por exemplo, essa média era de 39,1 horas para o total da população ocupada. O pesquisador afirma que a média menor de horas trabalhadas entre os menos escolarizados embute questões como maior incidência de trabalha em tempo parcial e arranjos informais, o que reforça o diagnóstico, diz, de que a proposta de redução de jornada afete positivamente o grupo de menor escolaridade, e geralmente menor salário.

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