
No primeiro Boletim Macro FGV IBRE de 2025 (acesso no blog), você e Armando Castelar ressaltam que os ventos externos mudaram para pior. Sob essa perspectiva, como avalia os primeiros atos do presidente dos Estados Unidos Donald Trump?
Ainda é prematuro tirar conclusões. Dado que havia uma grande preocupação do mercado sobre as medidas tarifárias que Trump prometeu em campanha, que poderiam implicar um impacto muito rápido na inflação americana, pode-se dizer que a primeira rodada de medidas foi mais branda do que se imaginava. Pelo menos em relação à China, levando em conta o que foi aventado antes da posse (uma sobretaxa entre 60% e 100% sobre bens importados da China), ainda não veio uma notícia tão negativa. Isso fez com que o mercado se comportasse bem, houve uma valorização cambial, muito em função da redução desse estresse. Mas, como mencionei, ainda é muito cedo para dizer se esse cenário mais positivo vai durar. Vimos, por exemplo, Trump sinalizando o desejo de que os juros caiam, num aceno populista. Mesmo que ele tenha dificuldade de influenciar as decisões do banco central americano (FED), sempre há um risco de um aumento de pressão, tanto sobre o FED quanto no contexto da política econômica doméstica em geral.
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