Valor médio da cesta de consumo básica subiu em seis de oito capitais em abril

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O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de abril/22 subiu em relação ao mês anterior em seis das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. O aumento no valor da cesta variou de 0,4% a 3,0% e, nas duas capitais onde houve queda, as variações foram de -2,4% e -1,9%.

As cidades que registram as maiores altas foram Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com 3,0%, e Curitiba (1,7%). Já Manaus e Salvador registraram as maiores quedas, com -2,4% e -1,9% respectivamente.

A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 916,11), seguida pelas de São Paulo (R$ 858,18) e Brasília (R$ 747,69). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 631,21), Manaus (R$ 666,76), e Salvador (R$ 706,81) registraram os menores valores.

Dos 18 produtos da cesta básica, três apresentaram aumento de preço em todas as capitais: feijão, leite UHT e farinha de mandioca.

Outros produtos que apresentaram altas expressivas em diversas capitais foram arroz, ovos, bovino, suíno, dentre outros listados nas tabelas do release.

A farinha de mandioca continua com tendência de alta, causada pelas condições climáticas nas principais regiões produtoras e pela redução na área de plantio.

A alta do preço dos ovos pelo terceiro mês consecutivo, que ocorreu em quase todas as capitais, tem sido impactada pela elevação no custo de produção e alimentação das aves, em especial, o milho e o farelo de soja nos meses anteriores, o que vem resultando em diminuição na oferta da proteína.

A oferta limitada de leite no campo, devido ao clima adverso e pela saída de produtores da atividade no ano passado, tem impactado no preço do produto e de seus derivados.

A área de plantio de arroz e feijão teve forte redução nos últimos anos, tendo sido direcionada para as culturas de soja e milho, que são mais rentáveis e voltadas para mercado internacional. A safra brasileira de arroz deverá ser a menor em 25 anos e a área plantada de feijão, a menor dos últimos 30 anos. O aumento nos custos de produção e a queda na rentabilidade têm desestimulado o plantio desses alimentos no Brasil.

Por outro lado, óleo de soja e frutas foram as categorias que mais apresentaram redução de preço em todas as capitais.

Além do açúcar, outros produtos que registraram queda de preço em quase todas as capitais foram legumes e frango.

A variação acumulada no valor da cesta básica, nos últimos seis meses, caiu em 7 das 8 capitais, com reduções que variam de -7,6% a -1,1%. Apenas no Rio de Janeiro foi registrado aumento no período, com alta de 3,3%.

Os alimentos que mais subiram de preço nos últimos seis meses, em praticamente todas as capitais, estão apresentados na tabela do release.

Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve aumento no valor médio em cinco das oito capitais analisadas e queda nas outras três capitais. As capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram Rio de Janeiro (R$ 2.045,91) e São Paulo (R$ 1.943,10).

As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas no Rio de Janeiro (3,6%) e Belo Horizonte (3,0%).

Já Salvador e Manaus apresentaram as maiores quedas, com -4,1% e -0,9%, respectivamente.

Dos 33 produtos da cesta ampliada, achocolatado/modificador e cerveja apresentaram alta de preço em todas as capitais.

Outros produtos que tiveram altas em diversas capitais foram shampoo, batata congelada, creme dental, azeite, e snacks e salgadinhos, dentre outros listados nas tabelas do release.

Apesar da queda no valor da cesta básica em algumas capitais em abril, percebe-se uma tendência de alta em importantes produtos da cesta básica mais presentes na mesa do consumidor, como feijão, arroz, farinha de mandioca e ovos, impactando o bolso especialmente dos menos favorecidos.