
A Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, é a entrevistada da Conjuntura Econômica de março. Selecionamos trechos dessa conversa em que a economista trata, entre outros temas, do contexto de incertezas e como estabilizar a política econômica até 2026.
Há cinco anos do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, que lições considera que esse período deixa para nossa macroeconomia?
Temos algumas coisas que aconteceram naquele ambiente e que hoje podemos ver as consequências, fruto da governança complicada que temos. Conseguimos criar muitas políticas públicas, mas na hora de eliminar ou reformar, a dificuldade é grande. Temos um problema de governança que está no cerne do gigantismo dos gastos públicos do país. O peso da responsabilidade fiscal cai nos ombros do Executivo mas, no final, os outros poderes, não só políticos, também têm muita influência nessas escolhas. Entretanto, essa dificuldade do nosso sistema fica ainda maior em conjunturas de presidentes fracos, quando o capital político do Executivo sofre deterioração, tornando-os mais vulneráveis. De qualquer forma, não vemos uma responsabilização compartilhada para o cumprimento das regras fiscais, o que, entre outros, mostra fragilidades da nossa Lei de Responsabilidade Fiscal.
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