Definição de metas de inflação no Brasil nunca levou em conta estudos mais técnicos, envolvendo chamada “inflação ótima”, mensuração da inflação e avaliação crítica do desempenho de outros emergentes com metas semelhantes.
O desafio que se coloca é como desenhar políticas trabalhistas e previdenciárias de modo a satisfazer as preferências por independência e proteção dos trabalhadores por conta própria sem custos regulatórios e fiscais elevados.
Não vemos espaço para cortes da Selic em 2023, e não esperamos que meta de inflação seja cumprida no horizonte relevante da política monetária. A economia tende a crescer pouco em 2023, com risco de ativismo governamental.
Precisamos de foco e eficiência no debate público, promovendo iniciativas que permitam o desenvolvimento sustentado do país. Desviar o foco para a adoção de uma moeda comum com a Argentina não parece se alinhar a esse objetivo.
PLs no Congresso e Decreto do Executivo já alinhavam arcabouço legal para eólicas offshore no Brasil, com projetos somando 178 GW de capacidade tramitando no Ibama. Estudo no prelo indica que leilões são o caminho para as EO.
Pacote de medidas concentrado na receita, e em parte duvidoso nos seus objetivos, poderia ser reforçado por ações na despesa em temas como política social, reestruturação de cargos e salários e mudança no abono salarial.
Possível explicação para manutenção de desonerações é que Lula compreende os problemas fiscal e distributivo causados, mas acha estes incômodos menores frente à elevação de preços que atingiria a camada mais rica da população.
As perspectivas de crescimento da produtividade nos próximos anos não parecem boas. Resta torcer para que o rumo sinalizado neste início de governo seja corrigido para não desperdiçarmos o potencial criado pelas reformas.
Capacidade de pagamento dos usuários é destaque na posse de novo ministro, mas há herança de R$ 500 bi a afetar consumidores à frente, pondo em foco benefícios para grupos mais afluentes. “Responsive pricing” é uma saída.
Decisão monocrática e equivocada de suspensão da lei que promovia redistribuição federativa mais equânime e adequada dos royalties e participação especial de petróleo levou a perdas de R$ 89 bilhões pelos estados em 10 anos.