Cinco anos após a celebrada reforma da Previdência de 2019, especialistas do setor já acendem o alerta sobre a necessidade de se debater uma nova rodada de ajustes. Depois de o Censo de 2022 mostrar um ritmo de envelhecimento da população brasileira mais acelerado que o previsto, e com a volta da regra de reajuste do salário mínimo que prevê ganhos reais – estendidos a benefícios previdenciários e assistenciais – é preciso recalibrar o sistema, dizem. Nesta edição, trazemos quais as mudanças propostas por um time de pesquisadores que são referência no assunto.
A regulamentação da reforma tributária, que acaba de passar na Câmara e segue para o Senado, também é destaque desta edição. Ainda temos um balanço do setor de saneamento desde a vigência do novo marco legal feita por Neuri Freitas, presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe) e da companhia de saneamento cearense (Cagece), em sua estreia como articulista da Conjuntura. E uma conversa sobre Inteligência Artificial com professores e o diretor da Escola de Matemática Aplicada (FGV Emap) Cesar Camacho. Mobilidade urbana, drenagem, mercado de trabalho e inovação fecham a pauta. Está no capricho.
Há bons motivos para considerar que 2023 foi melhor do que o esperado. Os números superaram as projeções do início de ano, refletindo-se em uma expansão do PIB perto de 3%. Ainda que sob tensão de um quadro político polarizado, houve vitórias no campo legislativo, tendo a promulgação da reforma tributária como fecho de ouro. Nenhuma dessas vitórias, entretanto, é absoluta, como mostram os pesquisadores do IBRE e colaboradores da Conjuntura Econômica nesta reunião de artigos.
Há uma mensagem que perpassa vários conteúdos desta edição e que, por mais que pareça óbvia, vale a pena destacar: a importância da transparência e do monitoramento na gestão de qualquer iniciativa pública. O tema da capa, o Novo PAC, é o exemplo mais marcante dessa necessidade.