Esta Carta traz a análise de Bráulio Borges, pesquisador associado do FGV IBRE, sobre importantes aspectos do desafio econômico do Brasil a partir de 2025. O economista inicia sua investigação pelo quadro internacional.
Sumário
Carta do IBRE | Tanto pela sustentabilidade fiscal quanto por razões cíclicas, chegou o momento da consolidação no Brasil
Esta Carta traz a análise de Bráulio Borges, pesquisador associado do FGV IBRE, sobre importantes aspectos do desafio econômico do Brasil a partir de 2025. O economista inicia sua investigação pelo quadro internacional. A incerteza sobre a política comercial dos EUA quase quadruplicou entre agosto e novembro, atingindo o maior nível já registrado desde 1960, quando teve início a série histórica do indicador baseado em notícias (Monthly TPU Index). Estudo usando esse indicador aponta que aumentos da incerteza comercial global geram impactos negativos bem evidentes no investimento privado.
Ponto de Vista | Lula 3: desafios da segunda metade do mandato
Há duas dúvidas para 2026. Primeira, como Lula se comportará quando ficar clara a falta de sincronia entre o ciclo monetário e o ciclo eleitoral. A segunda dúvida é em que medida o Banco Central liderado por Gabriel Galípolo será independente. Aqui a coluna tem dificuldade de avançar. Há muita névoa para enxergarmos 2026. Teremos que esperar antes que 2025 transcorra. Para o ano que vem, temos mais visibilidade. Será um ano de atividade em desaceleração e inflação em alta. Um cenário de estagflação.
Entrevista | “Ativismo judicial no campo trabalhista afeta intenção de investir e onera o Erário”
Digitalização, individualização, redução de jornada, cobertura previdenciária. Estudar as implicações de tantas variáveis, entre novas e nem tanto, na evolução do mercado de trabalho no Brasil e no mundo demanda conhecimento e clareza, características que José Pastore, aos seus 89 anos, tem como poucos no país. Em reunião com pesquisadores do FGV IBRE em dezembro, Pastore apresentou avanços recentes em uma de suas frentes de estudo: os custos da insegurança jurídica na área trabalhista, sobre a qual também conversou com a Conjuntura Econômica. Redução de jornada, MEIs e perspectivas para o emprego em 2025 estão entre os temas tratados nesta entrevista, na qual o especialista reforçou a necessidade de pensar a boa saúde do mercado de trabalho brasileiro no médio prazo.
Capa | Macroeconomia | PERSPECTIVAS 2025
No início do ano passado, quando reunimos os pesquisadores do FGV IBRE para nos contar suas percepções sobre a economia, a sensação dominante era de expectativa, posto que o impulso do agro para o PIB observado em 2023 já não se repetiria. Agora, as perspectivas para o ano que se inicia vêm carregadas de tensão e incerteza, tanto no campo doméstico quanto externo. Não é possível manter o impulso via gastos públicos que garantiu que o PIB de 2024 voltasse a crescer acima dos 3%. Somente com uma correção da política fiscal será possível conter a deterioração das condições financeiras e reequilibrar a macroeconomia, alertam os economistas.
Artigos
Infortúnio consumado: impacto da reforma tributária no saneamento básico - Neuri Freitas
Como é possível crescer com taxas de juros tão elevadas? A incompatibilidade entre as políticas fiscal e monetária em xeque - Nelson Marconi
Quem são, e onde estão, os trabalhadores da escala 6x1? - Bruno Ottoni
Correções na TLP - Thiago Rabelo Pereira e Marcelo Miterhof
Cooperação e Inovação - Mauricio Canêdo Pinheiro
Carta do IBRE
Nota do editor
O terceiro mandato do presidente Lula vem sendo marcado por uma política de “pé no acelerador” de gastos, o que tem levado a economia a plena carga, acima de seu potencial de crescimento, com os salários subindo acima da produtividade, como mostram os dados do Observatório da Produtividade Regis Bonelli do FGV IBRE (
Tema principal
Incertezas no campo doméstico e internacional ampliam os desafios macroeconômicos contratados para este ano.