Metodologias de avaliação de políticas públicas de crédito com base em multiplicadores fiscais

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Autor: Manoel Pires

O interesse em analisar o impacto econômico da política fiscal foi ampliado com o desenvolvimento de novas metodologias de estimação de multiplicador fiscal a partir do estudo pioneiro de Blanchard e Perroti (2002) passando pela aplicação da abordagem narrativa desenvolvida em Romer e Romer (2010) dentre várias outras aplicações.

Tal interesse é reforçado a partir da mudança de papel da política fiscal na gestão das duas crises globais que ocorreram nesse século. Durante a grande crise de 2008, a maior limitação da política monetária levou à adoção de políticas fiscais expansionistas em todo o mundo.

Durante a pandemia, o impacto assimétrico das políticas de distanciamento social abriu espaço para a adoção de políticas públicas que lidavam com grupos mais afetados e que levou à adoção de um expansionismo fiscal sem precedentes (Pires, 2021).

O desenvolvimento de novas metodologias e os episódios recentes de aplicação de política fiscal em crises contribuíram para estimular muitas pesquisas novas sobre os multiplicadores fiscais e a avaliação dos efeitos de tais políticas sobre o PIB e o emprego. No entanto, quando se trata das políticas públicas de crédito, os estudos ainda são poucos e muitas vezes apresentam restrições severas de dados o que causa uma série de imprecisões com relação à aplicação das metodologias e consequentemente dos seus resultados.

O objetivo desse artigo é apresentar novas metodologias de mensuração das políticas de crédito e discutir algumas aplicações. Para tanto a próxima seção discute as principais falhas das metodologias usualmente utilizadas e apresenta novas formas de mensurar o estímulo fornecido por essas políticas. A seção seguinte apresenta três aplicações dessas metodologias a partir da literatura de multiplicadores fiscais: (i) a crise de 2008 nos EUA, (ii) o Programa de Sustentação de Investimento (PSI) no Brasil e; (iii) a pandemia para um conjunto de países desenvolvidos. Por fim, seguem as conclusões do artigo.