
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,14% em agosto, percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando variara 1,45%. Com este resultado, o índice acumula alta de 15,75% no ano e de 28,21% em 12 meses. Em agosto de 2020, o índice havia subido 3,87% e acumulava elevação de 15,23% em 12 meses.
“Apesar da queda registrada na taxa do IGP-DI, a inflação continua a pressionar a estrutura produtiva das empresas e o orçamento familiar. O resultado de agosto foi influenciado pela queda de 21,39% no preço do minério de ferro. Se tal variação fosse excuída do cálculo do IPA, o índice ao produtor registraria alta de 2,48%”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,42% em agosto, após alta de 1,65% em julho. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 1,50% em julho para 2,19% em agosto. O principal responsável por este avanço foram os alimentos in natura, cuja taxa passou de 2,23% para 8,09%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 1,64% em agosto, contra 1,05% em julho.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 1,61% em julho para 1,84% em agosto. O principal responsável por este avanço foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,58% para 1,89%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 2,05% em agosto, ante 1,43% no mês anterior.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 4,17% em agosto. Em julho, a taxa subira 1,79%. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: minério de ferro (0,60% para -21,39%), leite in natura (6,52% para 1,50%) e bovinos (0,46% para -0,24%). Em sentido oposto, vale citar soja em grão (2,84% para 4,25%), café em grão (7,44% para 15,10%) e arroz em casca (-4,47% para 6,57%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,71% em agosto, contra 0,92% em julho. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Habitação (2,09% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (1,42% para 1,03%) e Transportes (0,85% para 0,69%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (7,80% para 0,93%), passagem aérea (13,11% para 7,25%) e gasolina (1,85% para 1,14%).
Em contrapartida, os grupos Alimentação (0,78% para 1,25%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,00% para 0,49%), Vestuário (0,08% para 0,38%), Despesas Diversas (0,02% para 0,18%) e Comunicação (-0,09% para 0,05%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: hortaliças e legumes (-0,17% para 4,25%), plano e seguro de saúde (-1,27% para 0,28%), acessórios do vestuário (-0,30% para 0,82%), cigarros (-0,48% para 0,27%) e tarifa de telefone móvel (0,00% para 0,34%).
Núcleo do IPC e Índice de Difusão
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,53% em agosto, ante 0,42% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 30 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 18 apresentaram taxas abaixo de 0,09%, linha de corte inferior, e 12 registraram variações acima de 1,49%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 78,06%, 13,22 pontos percentuais acima do registrado em julho, quando o índice foi de 64,84%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,46% em agosto, ante 0,85% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de julho para agosto: Materiais e Equipamentos (1,28% para 1,01%), Serviços (0,87% para 0,47%) e Mão de Obra (0,48% para 0,00%).